Adaptação de aulas na quarenta traz desafios e oportunidades
No LAR, a realização de atividades a distância mostra o acesso restrito dos alunos à tecnologia, mas também a capacidade em aprender sozinhos e criar soluções
Com o estabelecimento do isolamento social, em função da pandemia do novo coronavírus, o LAR vem realizando algumas atividades a distância. Ao longo desse processo, encontrou desafios e viu novas oportunidades por meio da tecnologia.
Basicamente, todo o conteúdo de matemática e português, das oficinas culturais e esportes, assim como da oficina de Cultura Maker, está sendo adaptado para ser compartilhado com os alunos via Whatsapp, ou outras plataformas como o Zoom. Foram organizados grupos por oficina e turma.
Para tentar manter a rotina, nos mesmos horários em que eles tinham as aulas, são divulgados exercícios e atividades, cujas execuções são fotografadas ou gravadas pelos alunos e postadas no grupo.
“Diferentemente das escolas particulares, não contamos com uma plataforma digital própria para o ensino a distância. Além disso, nossa proposta considera muito o contato presencial, a experiência, a socialização entre eles e a formação de grupos. É bem difícil estarmos a distância, mas estamos adaptando o possível”, diz Manoela Cervi, diretora-geral do LAR.
Outra dificuldade enfrentada, segundo ela, é o acesso restrito das famílias e alunos a recursos tecnológicos. Para a grande maioria, o celular é a principal ferramenta utilizada, pois são poucos os que têm um notebook ou computador.
“A vantagem é que todos que possuem celulares têm acesso ao Whatsapp. Mas, ainda assim, às vezes há problemas em relação ao limite de dados para compartilhar arquivos e vídeos”, conta a diretora. Outros entraves dizem respeito à impossibilidade de alguns pais oferecerem um suporte às crianças, porque estão trabalhando ou envolvidos em outros afazeres, e o fato de alguns alunos não terem o seu próprio celular. Neste caso, as crianças usam os aparelhos dos pais e, muitas vezes, precisam revezar com os irmãos.
Por outro lado, de acordo com Manuela, os alunos têm mostrado muita desenvoltura e criatividade. “Nós nos surpreendemos positivamente ao ver que muitos começaram a enviar vídeos editados, revelando grande capacidade para se desenvolverem sozinhos, como autodidatas.”
Os professores, por sua vez, também estão sendo desafiados a encontrar soluções para lidar com a nova situação. O de futebol, por exemplo, ao propor atividades em um vídeo, sugeriu que os alunos que não tivessem bola construíssem uma a partir de meia e tecidos. Professores das oficinas de musicalização, instrumentos e canto (coral) têm feito videoconferências com um número menor de alunos, em duplas ou até mesmo individualmente, para viabilizar o aprendizado.
Manuela ainda lembra que, antes das aulas presenciais serem suspensas, alguns alunos de estágios mais avançados puderam levar instrumentos emprestados para continuarem a prática em casa. “É o momento de todo mundo se reinventar, entender os seus limites e os dos outros e fazer o que é possível para colaborar”, destaca a diretora.
Para conhecer mais sobre o trabalho realizado no LAR, acesse o nosso site: www.bencaodivina.org.br
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