Diversidade de fontes de financiamento ajudam ONGs a enfrentar períodos de crise

LAR da Bênção Divina tem parceria com a prefeitura, projetos incentivados e doações; para gestora, deve haver redução nas captações a médio prazo, mas retomada em 2021

Em tempos de crise, como a causada pelo novo coronavírus, é importante que as Organizações Não Governamentais (ONGs) contem com diferentes frentes de doações para conseguirem sobreviver. Fernanda Battistella Bueno Lancellotti, presidente do LAR, destaca que a diversidade de fontes de financiamento sempre foi uma das estratégias de sustentabilidade da organização.

“Temos parceria com a Prefeitura de São Paulo para o Centro de Educação Infantil (CEI) e projetos incentivados para as atividades que oferecemos no contraturno escolar, por meio de leis como a Rouanet, CONDECA, e a de Incentivo ao Esporte via IR”, diz a gestora. “Também dispomos de uma plataforma online, que está ganhando força, para captação de doações, tanto de pessoas físicas como jurídicas. E realizamos, ainda, eventos para doações com incentivo fiscal de pessoas físicas”.

Fernanda explica que os efeitos da pandemia da COVID-19 afetam toda essa cadeia de doadores. “As pessoas físicas são atingidas diretamente, pois muitos são autônomos e dependem do funcionamento diário de seus negócios. Já em relação aos repasses da prefeitura para a CEI, somos conveniados, prestadores de serviço e, com a suspensão das atividades, há uma certa insegurança sobre a manutenção dos pagamentos durante a paralização, pois ainda não recebemos nenhum aviso oficial que nos tranquilize”.

Em relação aos projetos realizados por meio de incentivos fiscais, como se tratam de projetos anuais, a verba já está captada para executar o programa até o final do ano. Mas, de acordo com Fernanda, existe uma incerteza em relação ao médio prazo e às captações do ano que vem. “Por serem projetos incentivados, eles dependem dos lucros das empresas patrocinadoras. Ainda não sabemos como os nossos patrocinadores serão impactados, mas a expectativa é de redução nas captações para os projetos a serem executados em 2021”.

A gestora acredita que em 2021 a crise já esteja superada, com a economia e as empresas retomando o crescimento, o fluxo natural de doações deva seguir. “Apesar de ser difícil para todos, o brasileiro possui uma força interna para exercer a solidariedade. Isso vai reger a nossa recuperação e sairemos de tudo isso com muito aprendizado e ainda mais fortes”

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