Pandemia pode potencializar movimentos de solidariedade
Ao mesmo tempo que a crise de saúde mostra as desigualdades sociais do país, ela reforça ações de filantropia e de ajuda ao próximo, em diferentes dimensões e alcances
A profunda crise que estamos vivendo, devido à pandemia do novo coronavírus, tem exposto as desigualdades sociais do país, ao mesmo tempo que tem proporcionado diferentes formas de exercer ações de solidariedade.
Para o nosso coordenador de projetos, Cainã Marin, um dos efeitos da pandemia é escancarar os problemas como as diferenças sociais e como elas se refletem na desigualdade de acesso à educação. Com a suspensão das aulas presenciais, as escolas particulares conseguem minimizar os efeitos negativos com plataformas digitais. “Já a rede pública, caminha com muito mais dificuldades, pois conta com ferramentas menos estruturadas, isso sem falar que muitos alunos não têm os dispositivos necessários para as aulas a distância nem acesso à banda larga de internet”.
Por outro lado, temos visto ações de solidariedade em diferentes dimensões, “desde pessoas que vão ao supermercado para auxiliar os vizinhos idosos e iniciativas para ajudar pequenos e microempreendedores a se lançarem no mundo virtual até indústrias que passaram a produzir materiais de primeira necessidade e grandes bancos e empresas que fizeram doações milionárias”. Cainã também comenta que houve uma intensificação do movimento de ajuda ao próximo por parte das pessoas que já tinham esse perfil de realizar ações filantrópicas.
Entre os parceiros do LAR, há movimentos de diferentes alcances e perfis de pessoas, que procuraram a instituição para oferecer sua expertise e rede de relacionamentos para ajudar as famílias atendidas pela instituição. Por exemplo, Danilo Makul, que doou cerca de 200 cestas básicas, e a designer Bruna Beraldo que, por meio de uma live realizada em abril sobre decoração de mesas para a Páscoa, também arrecadou alimentos. “Num país como o nosso, as desigualdades são cotidianas, mas a pandemia joga isso na vitrine. Quem já contribui, tem que ajudar um pouco mais. E quando a gente encontra instituições sérias como o LAR, isso fica mais fácil”, afirma Danilo.
No LAR, o movimento solidário tem acontecido também entre os próprios funcionários. Amélia Cruz, nossa maestrina da orquestra, conta que há alunos do LAR que não têm computador nem celular próprio. Como consequência, o professor consegue acessar esses alunos apenas pelo Whatsapp dos pais, muitas vezes à noite, quando eles chegam em casa, para a criança não ficar sem aula. “O nosso compromisso vai além do contrato de trabalho, é um compromisso pessoal de amor à arte e amor às crianças”, afirma.
Cainã considera que, se podemos tirar alguma coisa de positivo desse momento tão duro, talvez seja a conscientização do quanto é importante o entendimento de sociedade como algo coletivo, baseando-se em valores como parceria e bem-comum. “Tenho a esperança de que algo bom saia disso, como a compreensão a nível global de como podemos nos ajudar se trabalharmos juntos”.
Para conhecer mais sobre o trabalho realizado no LAR, acesse o nosso site: www.bencaodivina.org.br
Caso queira contribuir com este trabalho na forma de doação, acesse: lar.colabore.org