Professores do LAR adaptam aulas para levar conteúdos e atividades às crianças no período de quarentena
Durante o distanciamento social, alunos realizam tarefas da oficina de teatro, como escrita de textos, construção de bonecos e encenações
O isolamento social exigido pela atual pandemia do coronavírus fez com que professores do Projeto de Contraturno do LAR utilizassem diferentes recursos para levar conteúdos e atividades para as crianças e adolescentes atendidos pela ONG. Para isso os educadores de educação física, música, português, matemática e teatro criaram estratégias para contemplar às crianças das comunidades de acordo com os recursos destes estudantes.
Lisandro Di Prospero, professor da oficina de teatro, diz que já estava trabalhando com os alunos o tema “respeito” para a apresentação de final de ano quando ocorreu a suspensão das aulas. As crianças tinham escrito as cenas, e ele estava adequando os textos para a linguagem teatral e dirigindo as encenações. Cada aluno tinha que contar a origem e história de vida de seus pais. “Então, a primeira tarefa que eles receberam foi essa. Montamos dois grupos de Whatsapp para eles enviarem essas histórias”, conta o professor, que leciona para cerca de 100 alunos, de 4 a 8 anos e de 9 a 14 anos.
Na sequência, ele começou a trabalhar com a temática do coronavírus. Pediu para as crianças maiores encenarem personagens e cada um deles deveria explicar da sua forma um pouco sobre o vírus. Como base para as informações, ele enviou três imagens didáticas relacionadas à prevenção, sintomas e dados gerais da doença. As apresentações deveriam ser gravadas e enviadas para ele. “Recebi coisas sensacionais. As crianças fizeram personagens como jornalistas e médicos. Uma delas encenou três personagens na sequência — a pessoa doente, a mãe e a médica”, relata o professor.
Para os mais novos, a orientação foi fazer bonequinhos de bexiga, ou usando saco plástico e até mesmo uma meia velha, enchê-los com areia ou farinha e colocar os olhinhos. Os alunos fotografaram suas criações e enviaram as imagens para o professor. Num segundo momento, as crianças fizeram vídeos desses mesmos bonequinhos dando informações ou dicas sobre como se proteger do coronavírus. “Elas se envolveram demais, surgiram altas histórias e muitos pais participaram ajudando a fazer outras vozes ou passando o texto. Essa troca foi genial.”
Para as próximas semanas, as crianças vão criar novos bonecos, usando materiais como palitos de sorvete ou prendedores de varal. Desta vez será um super-herói para enfrentar o coronavírus. Já os mais velhos vão escrever uma cena com diálogos sobre ajuda ao próximo em situações relacionadas ou não ao coronavírus.
A intenção de realizar atividades à distância vai além de fornecer a base de conhecimento necessária, mas também de proporcionar aos estudantes um apoio neste momento difícil e ocupá-los de forma prazerosa e instrutiva.
“É muito importante darmos continuidade ao trabalho com as crianças e nos mantermos presentes durante a quarentena, pois elas precisam desses estímulos agora que estão em casa. Também é incrível ver como elas têm muitas informações e podem compartilhar esses conhecimentos com os pais”, afirma o educador.
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