Prática de aikido traz benefícios físicos e sociais aos alunos do LAR
Arte marcial japonesa trabalha técnicas de defesa pessoal ao mesmo tempo que favorece o desenvolvimento de valores como respeito, altruísmo e cuidado com o outro
O projeto Corpo e Mente em Movimento (Lei de Incentivo ao Esporte), do LAR, tem foco na aprendizagem esportiva como forma de estimular o desenvolvimento físico e intelectual das crianças e o convívio social. Uma das atividades oferecidas é o aikido, arte marcial japonesa que trabalha princípios como o respeito aos mais velhos, colaboração e a valorização do coletivo. Presencialmente, as aulas aconteciam duas vezes por semana, com uma hora de duração, e reuniam cerca de 30 crianças de 6 a 14 anos. Atualmente, seguem no formato remoto.
“Tecnicamente, o aikido é uma forma de defesa pessoal. A sua prática nos ensina a nos relacionarmos com a outra pessoa, nos harmonizando com os seus movimentos. Exige muita disciplina, trabalho, esforço e dedicação”, diz Wlamir Pistori, Sensei (professor) de aikido do LAR, que dá aulas da modalidade há mais de 20 anos.
Ele explica que no aikido não existe competição. Simula-se um ataque com a intenção de treinar a defesa, que deve ser feita com movimentos harmônicos e circulares, sem violência. A ideia é esgotar essa energia do ataque, direcionando-a para fora ou para o chão, sempre considerando o respeito com o corpo do outro. O movimento termina, por exemplo, com um alongamento em quem iniciou o ataque. “O conhecimento dessa técnica é milenar e era passado para membros de uma mesma família ou de um mesmo clã para se protegerem de eventuais inimigos. Por isso, envolve também valores como confiança e gratidão”.
O método de ensino, além da demonstração prática dos movimentos e dos ensinamentos verbais, inclui muita observação, o que leva o aluno a desenvolver o olhar para as pessoas ao seu redor. “Normalmente, no final dos treinos, eu explico para os alunos a origem do movimento e abordo a filosofia e as questões comportamentais envolvidas. Por exemplo, que fazemos parte de um grupo e o quanto é importante trabalhar para o bem-estar da coletividade e praticar o altruísmo”, acrescenta o professor.
Durante a pandemia, inicialmente, as aulas aconteceram por meio de vídeos gravados enviados aos alunos, em que o professor mostrava como realizar o movimento e falava sobre o seu conceito. No segundo semestre, a estratégia foi passar para as aulas online. O professor Wlamir conta que o LAR forneceu um quimono para as crianças, durante a quarentena, o que as incentivou muito a participar das atividades.
“Além de auxiliar na concentração e no controle da ansiedade e propiciar mais dedicação e disciplina nos estudos, todos esses ensinamentos e valores nos ajudam a viver de forma mais equilibrada e harmônica com a gente mesmo e com os outros. Também possibilitam lidar melhor com os problemas e encontrar soluções, principalmente em momentos de crise como agora”, afirma o professor.
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